Percalços

Não tenhas medo de traçar rotas e trilhar caminhos, pois a vida necessita ser desbravada. Somos seres tão pequenos, laçados a imensidão do universo. Por muito, solitários em meio a um vazio que nós mesmos criamos e assim, não observando tudo aquilo que está ao nosso redor, nos fixamos sempre nas pedras que nos fazem cair, e quase sempre, não nos atentamos as mãos que nos fazem levantar. 

É verdade, as pedras nos ferem, machucam e muito maltratam. Mas, existe nelas algo muito maior, que a falta de sensibilidade de coração tão duros não conseguem decifrar. Os desafios nos sustentam, ensinando-nos os principais segredos para que se viva em plenitude, contudo, não conseguimos extrair a potência de cada aprendizado como se fosse o único.

Não valorizamos os sorrisos que muitas vezes foram dados. O olhos molhados que muito nos queriam falar, porém as palavras não conseguem saltar dos lábios de quem amamos. Esperamos posturas, desenhamos e projetamos pessoas, quando na verdade não as permitimos ser somente elas. 

A verdade, é que tudo isso forma uma grande teia, em que fiamos e tecemos as nossas próprias amardilhas. Quisera eu, saber o segredo para desarmar muitas delas. Talvez, quem sabe, eu conseguiria sentir-me mais livre para expressar os desejos que tanto anseio. 

Seria tão fácil, se a liberdade que tanto almeijamos fosse bem quista pelo o outro que tanto esperamos. Essa prisão em que nos aprisionamos, as vezes é sólida e úmida, fria e sombria e junto a nós, também trancamos tudo aquilo que não conseguimos suportar lá fora, não sabendo que, tentando escapar, cada vez mais nos aproximamos daquilo que queremos fugir. 

Os sofrimentos foram criados para serem superados, extraídos, vividos e vencidos. Porém, preferimos nos entregar aos anseios de uma perda, sem a bravura de tentar vencer o combate a que somos convidados. 

Cada palavra aqui expresa talvez seja um pouco de mim. Mas, já ouvi algo sobre aquilo que expomos não conseguir antingir o outro sem antigir a nós mesmos em primeiro lugar. E, que em tudo o que escrevermos ou falarmos sempre existirá um pouco de nós. Quiçá alguém se encontre em minhas palavras, eu, porém, as sinto, pois as vivo todos os dias, enquanto penso e/ou durmo. 

Erickson Lima 

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