Do nada, o vazio

Quantas vezes nos vemos diante do vazio? E, quantas vezes sofremos a angústia do nada? 

De fato, somos puxados para algo que finda a nossa existência, que expõe as consequências de nossas escolhas. E, quase sempre, estas não são boas. 

O vazio é a realidade que habita em nós, é o mais obscuro e verdadeiro sentimento que guardamos de tudo aquilo que não suportamos. Ele é a angústia, o tédio, o medo. 

É o deserto dos desvalidos, a senda escura dos peregrinos, a morada dos mais ferozes pensamentos. Contudo, o vazio é arte, o vazio faz parte das alegrias e tormentos. 

Do vazio surge a música, dele se cria a idéia, a sua chuva molha a terra e faz brotar a imensidão. O vazio clama a voz, em alto e bom tom te expõe ao mundo, te lança à mudança, das trevas surge a luz. 

Se não fosse o vazio, com que nos preencheríamos? Como nos mudaríamos? Seríamos eternos condenados às escolhas que fizemos, sem a chance de mudá-las, reescrevê-las ou contorná-las. 

Quando estiveres no vazio, não veja isso como fim. Eis a oportunidade do recomeço, conheça-te, pois não há ninguém mais responsável por sua existência do que você mesmo. 

Erickson Lima